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Por que pessoas de outras religiões aceitaram o convite do Presidente Nelson para jejuar na Sexta-feira Santa

O convite do Presidente Nelson para fazermos jejum e oração, feito no dia 4 de abril, foi aberto e inclusivo.

O nome de Laura Roberts pode ser adicionado à vasta lista de pessoas do mundo todo que aceitaram o convite do Presidente Russell M. Nelson para passar a Sexta-feira Santa em jejum e oração, rogando por um alívio na crise da COVID-19.

A jovem australiana não é um santo dos últimos dias — e vive a cerca de 12.900 km de onde o presidente da Igreja fez o seu convite, durante a conferência geral do último fim de semana em Salt Lake City.

Mas a atual pandemia global aparentemente transformou a Terra numa única comunidade, transcendendo fronteiras, culturas e, sim, diferenças religiosas.
Roberts ansiou juntar-se aos seus vizinhos— de Utah, da Austrália ou de qualquer outro lugar do mundo — num dia dedicado ao autossacrifício e à súplica.

“Com tudo o que está acontecendo no mundo neste momento, [o jejum] é uma bela maneira de todos se unirem, independentemente das suas crenças religiosas, localização, ou idade, como sinal de união nestes tempos desafiadores”, disse ela ao Church News.

Roberts ficou sabendo sobre o jejum desta sexta-feira por meio de um amigo que é santo dos últimos dias. Ela sentiu que o jejum “era algo que eu poderia fazer para fortalecer minha relação com meu Pai Celestial”.

O convite do Presidente Nelson para fazermos jejum e oração, feito no dia 4 de abril, foi aberto e inclusivo.

“Convido a todos, inclusive os que não são membros de nossa Igreja, a jejuar e orar na Sexta-feira Santa, dia 10 de abril, para que esta pandemia seja controlada, que os cuidadores sejam protegidos, que a economia seja fortalecida e a vida normalizada”, disse.

Continuando, ele explicou que “o normal é jejuarmos” por duas refeições ou um período de 24 horas.

“Mas vocês decidem o que constitui um sacrifício para vocês ao lembrarem-se do supremo sacrifício que o Salvador fez por vocês.

“Vamos implorar juntos para que haja cura no mundo inteiro.”

Prezidents Rasels M. Nelsons
O Presidente Russell M. Nelson fala durante a sessão da tarde de domingo da 190ª Conferência Geral Anual, dia 5 de abril de 2020.© 2020 by Intellectual Reserve, Inc. All rights reserved.
                         

Tal união é evidenciada pela gama de pessoas que planearam juntar-se aos santos dos últimos dias para o jejum de sexta-feira. Algumas pessoas, como Roberts, têm amigos ou entes queridos que são membros da Igreja. Muitos outros ficaram sabendo sobre o jejum mundial por meio das redes sociais, como o Facebook.

Numa era amplamente definida pela divisão social — pelo menos antes da COVID-19 — as pessoas no mundo responderam a um impulso elevado para jejuarem e orarem juntas. 
Sally Ransom, do Colorado, foi criada como batista do sul e explorou várias religiões. Ela agora está estudando sobre o budismo. Mas num e-mail, Ransom explicou que adorou “a ideia, o pensamento e a intenção” por trás do jejum mundial de sexta-feira.

“Sinto-me honrada por fazer parte de algo positivo — um ato coletivo e positivo para ajudar a humanidade a suportar as circunstâncias que são, francamente, assustadoras”, disse ela. “Sinto a responsabilidade de ajudar os seres humanos e sinto o coração aquecido por tantas pessoas se sentirem assim também.”

Kiera Green, da Virgínia, ficou sabendo sobre o Dia Mundial de Jejum pelo Facebook.

“Decidi fazer este jejum seguindo o que acredito ser uma convicção do Senhor”, relatou. 

Green também aceitou fazer um sacrifício em oração com outros. E acrescentou: “Quem não gostaria de abrir mão de algo para estar mais perto de Deus?”

Green, que é batista, elogiou A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias por fazer um convite que foi aceite por pessoas de todas as crenças e origens.

“Deus certamente age de maneiras misteriosas — e acredito que Ele convocou a todos deste grupo para fazerem oração, jejum, comunhão e adoração”, disse.

Uma mulher batista do sul, do Oeste do Texas — que pediu para ser identificada apenas como Jessica — foi convidada por um amigo santo dos últimos dias para juntar-se ao jejum de sexta-feira. Ela resolveu orar para saber se deveria juntar-se e, nas palavras dela: “Senti-me levada a participar”.

Deus, disse Jessica, “guiou-me a fazer isso”. 

Sexta-feira Santa: um dia sagrado para um jejum sagrado

Sexta-feira, 10 de abril, foi um dia adequado para um jejum comunitário/mundial.

Para os cristãos, a Sexta-feira Santa comemora a crucificação de Jesus Cristo e a Sua morte no Calvário. Também é próximo do início da Páscoa judaica, que simboliza a ocasião em que Deus libertou o Seu povo da escravidão. 

 “A Sexta-feira Santa é o dia perfeito para conseguirmos que o Pai Celestial e Seu Filho nos ouçam”, disse o Presidente Nelson na noite do sábado, 4 de abril.

O dia lembra aquela terrível e crucial sexta-feira, quando Cristo foi crucificado e morreu. É observada todos os anos em muitas religiões cristãs por meio de jejum e reuniões formais.

Por tradição, ela é menos proeminente na A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Em vez disso, o Domingo de Páscoa — que celebra a vitória de Cristo sobre a morte e o pecado — continua sendo o elemento central da adoração e observação dos santos dos últimos dias.

                   

Há um debate sobre as origens e a etimologia do termo em inglês “Good Friday” (literalmente “Sexta-feira Boa”, conhecido no português como “Sexta-feira Santa”). Dadas as trágicas e sinistras circunstâncias da morte de Jesus Cristo, o nome “Sexta-feira Boa” parece contraditório. Alguns especialistas em idiomas sugeriram que a palavra “good” (boa) no inglês é, na verdade, um antigo significado da palavra “holy” (santa).

Se assim for, seria então mais correto chamá-la de “Holy Friday” (Sexta-feira Santa), como no português.

Na sua obra inspiradora “Jesus, o Cristo”, o apóstolo santo dos últimos dias, Élder James E. Talmage, conclui a sua análise da última sexta-feira da vida do Senhor com o lembrete de que a morte de Cristo ocorreu nos Seus próprios termos:

“Por mais doce e bem-vindo que pudesse ter sido o alívio da morte, em qualquer dos estágios anteriores do Seu sofrimento, desde o Getsêmani até à cruz, Ele viveu até que todas as coisas, que Lhe haviam sido requeridas, fossem realizadas.

“Nestes últimos dias, a voz do Senhor Jesus tem sido ouvida a declarar a realidade do Seu sofrimento e morte, e o eterno propósito desta forma alcançado.

“Ouvi e atendei a Suas palavras: ‘Pois, eis que o Senhor vosso Redentor sofreu a morte na carne; portanto, sofreu a dor de todos os homens, para que todos os homens se arrependessem e viessem a ele’” (Doutrina e Convênios 18:11).
 

Adaptado do artigo publicado pelo Church News.

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