“Esta exposição é uma demonstração de esperança e fé”, disse Cody Bell, fotógrafo da equipa de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Trinta e quatro imagens em grande escala tiradas por Bell e pela sua colega fotógrafa Leslie Nilsson estão em exibição no Museu de História da Igreja em Salt Lake City até janeiro de 2019.
A exposição, intitulada “Luz e Vida: Histórias e Fotografias de uma Fé Global”, apresenta fotografias dos santos dos últimos dias no seu ambiente quotidiano capturadas por Bell e Nilsson em 24 países em seis continentes nos últimos cinco anos. Seguem-se algumas das imagens e histórias em exibição.
"Há uma diversidade de histórias nesta exposição", disse Bell. “Podemos ver-nos nestas imagens e nestas circunstâncias e sentir empatia ou compaixão por aqueles que estão na história e assim ajudar-nos a compreender Cristo e entender melhor a Igreja”, disse Bell.
"Ganhei esperança com elas", acrescentou Nilsson. “Há pessoas nestas paredes aqui, que foram abusadas, que foram desprezadas, que sofreram coisas terríveis. Na verdade, muitas vezes, dificuldades que não desapareceram. No entanto, elas têm esperança".
Ionut Siminiuc, de Iasi, Romênia, sofreu danos cerebrais devido a um parto difícil. Sua mãe, Genoveva, dá-lhe os cuidados constantes há mais de 29 anos.
"Ela vai à igreja no domingo porque precisa da força do sacramento", disse Nilsson.
Fabian H., de doze anos, de Antofagasta, no Chile, gosta de compartilhar o evangelho com as outras pessoas. Ele sai com os missionários várias vezes por semana enquanto se prepara para servir uma futura missão. "Ele quer ser um bom missionário", disse Nilsson. "Mostre-me qualquer outro menino de 12 anos que planeie servir uma missão como essa?"
“Digo que amo essas pessoas. Realmente todas elas, até mesmo John O'Connell aqui”, observou Nilsson, que conheceu o viúvo em Limerick, na Irlanda, alguns meses depois da morte de sua esposa após 25 anos de casamento. O'Connell passa a maior parte do tempo trabalhando na história da família.
“Acho que as minhas duas maiores decisões foram unir-me à Igreja e casar”, disse O'Connell.
Enquanto limpava o seu apartamento em Montevidéu, no Uruguai, Guiermo M., de 9 anos, encontrou uma fotografia do seu avô. Ele olhou no espelho e descobriu a parecença familiar.
"Fomos passar um tempo na casa das pessoas, e o pedido que fizéssemos é que eles vivessem as suas vidas como se não estivéssemos lá", disse Bell. “A nossa esperança foi captar as coisas de uma maneira realmente honesta e autêntica.”
Josephine Scere é uma mãe solteira que mora em Filadélfia, Pensilvânia. "Eu gostava que a conhecessem", disse Nilsson. “Apesar dos seus desafios, ela é forte e tenta frequentar o templo cada semana. A sua fé inspira-me.
“A vida é difícil seja você um santo dos últimos dias ou não. A minha força vem do meu relacionamento com o meu Salvador e com meu filho”, disse ela.
Sevak Vardanyan é um líder local do sacerdócio em Gyumri, na Armênia. "Ele é um artista, um homem muito humilde", disse Nilsson. A sua avó instruíu-o a procurar os missionários depois de ela os ter encontrado há quase cem anos antes de se filiar à Igreja.
Vardanyan disse: “O evangelho é uma maravilhosa bênção na minha vida. Eu sentia-me sozinho antes de me juntar à Igreja, mas agora tenho amigos no evangelho”.
Em Tirana, na Albânia, Zhuljeta Cela revê os bens da sua filha que se mudou para a Alemanha para ficar perto do pai.
“É uma coisa difícil para um pai ou mãe - ter o seu filho morando longe de você. E eu realmente senti compaixão por ela”, descreveu Bell. Há muitos tons vermelhos naquela foto. É quase acidentalmente. Eu apenas pensei que era uma imagem muito simples e triste. Mas ela reconhece a escolha da sua filha e quer honrá-la deixando-a viver mais perto do seu pai para alcançar um relacionamento com ele.”
Também em Tirana, Donika Kashari é um membro ativo da Igreja, enquanto o seu marido, Banish, não é membro.
"Temos de trabalhar com fé", disse Bell, que tirou esta foto na casa dos Kashari há vários anos. Ele disse que os fotógrafos trabalham com a luz e são frequentemente levados às famílias nas fotografias.
“Trabalhar dessa maneira, quando sentimos a inspiração, sendo direcionados para as famílias e fotografando-as, ouvindo-as e amando-as, é a melhor maneira de ver meu trabalho com bem feito”, explicou ele.
Murilo Vicente Leite Ribeiro, fotografado com a família, é presidente de estaca em Goiânia, Brasil. Ribeiro foi batizado quando era um adolescente. Quando se preparava para servir missão, os seus pais recusaram deixá-lo ir.
“Este foi o momento mais difícil da minha vida. Sentia-me inferior aos meus amigos que já tinham saído em missões e senti-me sozinho na igreja”, lembrou Ribeiro.
A sua depressão diminuiu quando ele conheceu a sua esposa. Desde então, ele batizou os seus pais e irmãos e ajudou muitos jovens a servir missões.
Em 2014, Bell fotografou o Elder Casas e Elder Sabunod andando pelas ruas estreitas de Manila, nas Filipinas. O Élder Casas passou o último dia de sua missão de dois anos contactando as pessoas que ele veio a amar.
Bell disse: “O desafio de ser um fotógrafo é que falhamos muitas vezes. Nós tiramos milhares de fotografias e geralmente selecionamos apenas algumas das melhores. Isso é realmente o resultado de apenas deixar as pessoas serem elas mesmas.”
Bettina Monni, de Roma, na Itália, sentou a depressão pós-parto após o nascimento de seu primeiro filho. “Foi uma época maravilhosa em minha vida porque tive um filho, mas não pude sentir essa alegria por causa da depressão”, disse Monni, que encontrou consolo num discurso da conferência geral proferida pelo Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos que falou sobre depressão.
Bell disse: “Eu deixo as suas casas sentindo-me inspirado a ser uma pessoa melhor. Eu vejo a bondade deles, e isso inspira-me. A minha esperança é que, por eu ter estado lá e ter sido capaz de capturar o máximo que pude, qualquer pessoa que veja as imagens possa também ter o mesmo tipo de experiência, um compromisso para ser um melhor marido, pai ou vizinho.”
Walter Flores e sua esposa foram os primeiros indígenas a serem batizados na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Paraguai em 24 de agosto de 1982. Eles tornaram-se embaixadores da Igreja noutras colônias indígenas. Eles são fotografados na sua casa em Comunidad Tovacón, no Paraguai.
“Se você olhar para as fotos daqui a 50 anos, é importante para nós que não o tenhamos influenciado. Nós não organizámos a imagens dessa maneira. É assim que a vida realmente é”, disse Nilsson.
“Todos nós temos desafios, quer os compartilhemos ou não. Aqui estão algumas pessoas que compartilharam os seus fardos, e espero que possamos ganhar a esperança deles, a força e a fé e reconhecer que eu pertenço a essa irmandade de pessoas em todo o mundo”, concluiu ele.